terça-feira, 21 de abril de 2015

Doer, ferir e rasgar.

Eu não quero ter que doer.
Eu não quero ter que doer para amar de novo, porque de feridas não cicatrizadas eu bem entendo e viver nem sempre é menos dolorido.

Não.

Eu não quero ter que doer para entender que o amor é muito mais que isso, muito mais que afeto, do que dizeres, do que vertentes.

Oh meu pai, Eu não quero ter que doer para ouvir o silêncio do meu Ser!

Porque o sangrar já me foi importante, mas não preciso ser tão arcaico para  entender que tudo é questão de toque, de toque na alma.

Eu não quero ter que doer para saber que julgamentos são por muitas das vezes maliciosos e desnecessários, que desperdiçamos energia o tempo todo.

Eu não quero ter que me ferir para entender que todo amor é lindo independente da forma que têm, ou da forma que não tem. Da essência que é.


Senhor, eles não querem se ferir, mas insistem em dizer que o prazer está nesse plano aqui, que apenas o que se enxerga é o que existe.

Eu já cansei de curativos, de remendos e esparadrapos, cansei de ser cansado e agora vou cicatrizar.


Perdoa-me por tanto sangue, por tanto nome, por tanto equivoco.

"Assuma alguém que te assuma."

"Assuma alguém que te assuma."

"Assuma alguém que te soma."

"Assuma você,"


"Assuma e pare de doer."