quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ele

Ele me disse que existem pessoas que são determinadas a gostar de um certo padrão,
Disse também que eu não me encaixo nesse perfil,
O que fazer agora meu Deus?
Entendi como uma nota de suicidio.

Quem será capaz de gostar de mim?
Eu sei como isso soa em meio drama.
Mas é disso também que sou composta.
Carne, osso, drama, e sonhos.

Pessoas que eu gosto costumam a gostar de um padrão,
Padrão que não me encaixo,
Estão acostumadas a solidão,
E na solidão eu não me acho.

Ele me disse para não agir diferente,
Que eu sendo eu hei de encantar,
Que padrões são chatos e cansativos,
Que a minha hora vai chegar....

 Eu não vou ser diferente amor,
Eu serei eu independente do que se diz comum,
Vai que encanta alguém,
Vai que eu me encanto....

Ele tem sido tão bom pra mim,
Que um dia eu vi,
Ele em si já é,
É a quebra de padrão que há em mim.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ser escrita.

Eu tenho fome de escrita.
Sou insaciável e intolerante.
Talvez por ser uma eterna curiosa indecisa a respeito do que possui.
Não me venha ser só vazio, o "só" não me preenche.
Eu me alimento das palavras.
Gosto do som que elas têm, do gosto do tom, da vibração e intensidade.
Talvez ame tanto as palavras que esqueço que existem atitudes.
Eu devo ser mais do que mera carne, esse gosto não me conduz.
Sou rainha da materialidade das palavras, de essência delas também.
Escrevo porque nem sei, só sei que essa mania de sentir o que se escreve vai, e assim, eu vou.
E quando não me compreendo, me calo. O silêncio é tênue em mim, envenena-me ou cura-me.
Ainda não sei bem.
Não desenvolvo nenhum tipo de sentimento especifico para o ato de escrever, existem dias em que entrego-me por completo ao prazer de sentir as mãos percorrer o papel, em outros, o tédio ao notar que não existo de forma mais útil.  Não me sinto como escritora, e sim terapeuta de mim.
Ora mulher, ora menina.
Não gosto da ideia de rotular algo,  eu só quero me pertencer.
Palavras têm total controle de mim, manipuladoras das minhas verdades e cientes das minhas completas vertentes.
Ninguém tem o poder sobre mim, apenas elas.
Irmãs capazes de mudar o rumo de qualquer história.
Frias, gélidas, sagazes ou vorazes.
Assim como eu, palavras são intensas.
É isso,
Escrevo porque sou.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Acosturar

Desculpe-me.
As minhas palavras são tão duras quanto a pele que habito.
Desculpe-me, atos duvidosos consumam essa discussão.
Amor, perdão!
Mas não foi em vão.

Perdoa-me,
Eu ainda não soube o que fazer,
E ainda que firme pareça,
Minhas pernas irão de encontro ao chão,
Pois entre meu coração e eu,
Há um abismo sem fim.

Me disseram que amar é sofrer pelo não-amor do outro,
Mas, como é que eu faço com você?
Amor dos dois e o problema são os outros?

Amor me diz porque o mundo não pode parar para nós?
E assim sobre lencois,
Consumar todo ato de amar,
Sem dor, culpa ou eles?

Eu caí amor,
E é difícil levantar,
Você é a minha guia,
Agora, como eu irei ficar?

Você não entende,
A dor não é de partir,
A dor é de ir,
E ainda sim querer voltar.

A dor é de amar,
E não poder ficar,
A dor é de querer,
E voltar a te beijar.

Malditos sejam os seres humanos!
E o destino que foi traçado,
Ainda não discuto tanto com ele,
Porque nos nós fomos atados,

Pelo tempo que foi,
E que não quis voltar.

O que dói é o fato de amar.