terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Sobre o amor

Por diversas vezes, e não obstante de tentativas, eu falhei.
Não gosto do amor.
Ah! A quem estou tentando enganar?  Amo o amor! Mas, odeio a vulnerabilidade que ele traz.
Detesto a sensação de que algo pode dar e errado, e quando dá (normalmente sempre), a ausência de chão que vem como consequência.
Porém, estou me contradizendo. Enquanto digo que odeio o amor, estou a responder mensagens, sentir sensações, sorrir ao vento.
Por que?

Porque não existe nada mais gostoso do que amar.

E por mais paradoxal que isso possa parecer, é a melhor sensação do mundo.

O problema é ser correspondido, saber o tempo para dizer certas coisas e aguardar a reciprocidade.

Ah meu deus...

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O mensageiro que destruiu o mundo de uma garota.

Hoje eu rasguei meu peito, e com as mãos na ferida eu cavei.
Revivi todos os momentos que estavam ocultos, que eu me recusava a sentir.
Retirei os cadáveres de borboletas.
Senti saudades de você.
E busquei saber sobre sua vida, quase chorei.
Eu te amei tanto, tanto, tanto....
Mas de que adianta amar agora?

A saudade maior foi de quem eu costumava ser, da felicidade de forma simples,
da satisfação humilde e a necessidade de ter apenas o necessário:
Nada.

Engraçado, eu costumava dizer que você era meu modelo de vida, e logo depois de dois anos você me diz:

"Não ore por ninguém, não me tenha como exemplo."

Eramos apenas crianças.

Tudo mudou, mas os rostos continuam os mesmos.

Sabe o que é reviver luzes, sabores e cores?
É como se você estivesse aqui e com isso não quero dizer que gostaria de ter você aqui ao meu lado.

Não.

Eu não amo mais você,
Eu amei quem você foi.

Você traiu-me da forma mais perversa.
Traiu a minha confiança, minha amizade.
E tudo por conta de uma pessoa que te controla, quem é você?

Hoje eu me dei conta que algo realmente se partiu,
E não tem volta.

Após três anos de separação:

Meu cabelo foi pintado, cortado, repicado, raspado.
Meu corpo foi mutilado, trabalhado, largado, moldado.
Meu coração foi partido, restaurado, estraçalhado, trancado.

O melhor mesmo é não envolver-se na vida de ninguém.

Obrigada!

Eu mudei muito,
Só tinha me esquecido de que você também.

domingo, 4 de outubro de 2015

A ausência de insistência com o papel é só o reflexo da secura interna.

domingo, 6 de setembro de 2015

Quando sai-se da toca

Eram 3 horas da manhã e ele não sabia bem o que fazer, não sabia quem era, não sabia de nada.
Eram três horas de um dia comum, cheio de gostos e desgostos, de "sim" de "não"... Era um dia no escritório, com café quente, gerente e papelada, moças de saias, homens de calça social, e alguns tinham até o famoso terno de ascensão social.
Ah, mas ele sabia.
Ele sabia que naquele dia 3 as coisas seriam um pouco diferentes, pois, pela primeira vez, ele havia acordado, acordado mesmo, de verdade.
Apesar do dia anterior ter sido gasto em questionamentos, em derramamento, em covardia ele acordou inteiro.

Então deitou firme, suave e mentalmente disse "vem". Era gozo, orgasmo mental causado apenas pela verdade.
"Agora eu sei que sou."

E a partir daquele momento nada mais tinha importância, porque ele sabia que nenhum maior poder aquisitivo faria a menor diferença, enquanto formos animais feridos.


É preciso parar de sangrar para enxergar a alma, e ele sabe muito bem o quanto é fácil machucar-se mas aprende que, com os curativos corretos e medicamentos adequados, pode-se muito bem cicatrizar  e que essa cicatriz o fará lembrar o quanto ele foi capaz de evoluir(marcas de guerra) e que agora nada mais importa, por que?  porque não dói.

E apesar de não doer, ele não repetirá o ato.

É a virtude de deixar a ignorância
.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Notas de uma bêbada sem Álcool.

Me desculpe se te machuquei, é que no meio do caminho eu me perdi.
É estranho não sentir mais.
É pior fingir, e isso eu não quero.
 
Digo com todo amor e toda dor no coração,
Não quero e nem mereço perdão, acho que as coisas são da forma que são.
Eu maltratei você, na visão que você tem de mim,
E você em mim, não passa de um borrão.

Mas eu quis o bem, quis e quero.
Eu só não sei mais por onde começar, nem como demonstrar.
Meu corpo anda reagindo de forma estranha e eu não quero machucar.
Eu queria que você não me quisesse.
Mas talvez se não me quisesse eu iria sentir,
E eu estou cansada de sentir.

Não há nada de nobre em minhas palavras,
Eu ando sendo sincera, e até demais.
Eu quis um tempo, o tempo foi imposto.
O problema é quando a gente se adapta a ele,
Dói.

Dói não ser a mesma pessoa e ver na outra o mesmo sentimento.
Dói machucar quem quis o bem.
E dói mais ainda saber que fui me sentindo tão sufocada, estrangulada a ponto de não sentir mais nada.
Dói saber que não doeu.
E dói a farpa que restou no coração.

O que eu posso fazer?
Se mesmo que seja verdade, os meus sentimentos, as minhas palavras soam tão falsas, tão gélidas?
Aos olhos dela. Não aos meus.

Eu nem imagino quanta coisa deve-se passar naquela mente brilhante,
Quantas teorias, quantas certezas.
Não queria ser vilão,
Mas o que tenho a perder?

Amiga, eu poderia ser,
Mas isso requer tempo.
Não dá para se envolver romanticamente e voltar ao estágio de amizade,
Ou de interesse.
Bem que eu gostaria.

Hoje acordei com uma imensa vontade de nascer diferente,
De não ser mais essa gente,
De pensar diferente....


Ai como dói não doer!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Curar-se

Eu posso pegar em tuas mãos e dizer para que não tenhas medo.
Mas, a coragem vem de você.
Eu posso ate estancar teus sangramentos, tecer curativos em tua pele, mas,
Eu não posso evitar que tu sintas a dor.

E eu posso ouvir a tuas neuras, malicias, anseios, noite e dia enquanto eu arrumo teu cabelo,
Mas, eu jamais seria capaz de compreender o que passa em teu coração.
Eu posso até falar-te bonitas coisas,
Mas, de nada elas servirão se não passares a crer.

Eu posso amar-te,
Amar-te muito mesmo,
Mas, amar em silêncio é desperdício, e amar sozinho é ilusão.

É preciso que tu venhas.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Dedicado a uma amiga em situação de impotência momentânea.

Eventualmente cansa.
Você passa a sentir-se fatigado e não é porque se considera um desistente, um fracasso ou coisa parecida. Você se sente exausto e não é por falta de conhecimento, capacidade ou até mesmo falta de fé. É tudo uma questão de infeliz conseqüência, um simples resultado de uma equação onde não há denominadores em comum, é uma consecutiva para alguém que tentou o tempo todo, que se doou em tempo integral e sente o peso do mundo mesmo assim.
Ter compaixão em excesso dói.
Porque nós sofremos o sofrimento do mundo ao mesmo tempo em que sentimos o amor universal. Contradição que nos fatiga de vez em quando.
E não há nada que se possa fazer, porque faz parte da nossa natureza amar e sentir. Faz parte de quem somos o respirar fundo e procurar a paz de Deus em nossas casas.
Mas acreditamos.
Ah, como acreditamos!
Acreditamos nas mudanças das pessoas, acreditamos na revolução de nosso governo, acreditamos que ainda pode existir o amor incondicional em tempos difíceis.
O que posso dizer? Somos sonhadores.
E muitas vezes são os nossos sonhos que nos movem.
Sabemos que não adianta sofrer, mas sofremos mesmo assim. Porque somos feito de carne e essa carne sangra.
O melhor disso tudo é que recarregamos.
Recarregamos as nossas energias e seguimos em frente, acreditando novamente, sentindo novamente, entregando-se novamente.
Sabemos que o amor jamais será o problema.
Sabemos que o amor é a semente da solução
Então amamos, amamos porque quando não temos mais nada
É o amor que nos resta.
Do principio ao fim,
O amor habita em mim,
Em nós.
Então eu te digo,
Acredita. Não há nada de errado em amar.
O problema são eles, não somos nós.