Há sempre um homem bobo que faz de tudo por sua mulher.
Há sempre um homem honesto e bom que não quer o mal de
ninguém.
Há sempre um homem inocente que busca nada mais do que a sua
paz e o bem de quem está próximo a ele.
Há sempre um homem tolo que será magoado mais tarde.
Porque a mulher é amarga, ela desiste e diz que quer outra
coisa.
Há sempre uma mulher culpada. Uma mulher que pensou nela
própria, Uma mulher que não queria mais viver o mesmo dia repetidas vezes, uma
mulher que buscou o que era melhor pra si, sabendo que era inútil tentar se
convencer a acostumar-se com certas situações.
Existirá sempre um homem tolo e uma mulher sábia. Porque é
assim que a vida é,
É assim que o ciclo se transforma.
Porque se tem uma coisa que a vida vem ensinando é que tudo
em nossa existência tem um prazo de validade. Ninguém é exceção nessa regra,
nem os relacionamentos, os gostos, as vozes, as bocas e os sabores.
Existe algo na mulher, algo que a faz arrepiar, uma
renovação que ela descobre ao decorrer dos trinta, algo que lhe lembre os
vinte, os dezoito... Algo que a faz repensar em sua vida, algo que a faz berrar
e perceber que ela talvez seja merecedora de mais, que sua vida agora, vista
pelos seus novos olhos, se torna patética, sem sentido.
Apesar de tomar-lhe o tempo, ela resiste.
“Família é o que interessa, é o que construí. Tenho um
casamento, filhos. Não posso jogar tudo isso pro ar por alguma aventura que me
faz arrepiar.”
Mas essa hora chega para todas as mulheres, a hora que a
aventura deixa de ser aventura e ela percebe que seus desejos deixaram de ser
meros desejos e agora tornam-se reais necessidades.
A mulher precisa do gozo, da intensidade, da força, da
valorização.
A mulher não se vê mais acordando e ao lado está o seu
marido de cueca perguntando o que tem para almoçar.
E por trás da decisão dessa mulher,
Há sempre um homem ferido.
Porque a mulher é a mulher e ela não pode renegar sua natureza,
E o homem é o homem. E fim.
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