domingo, 2 de março de 2014

Inverno




Há algo que jamais se esclareceu.
E foi exatamente naquele dia em que larguei mesmo tudo que me prendia.
Eu resolvi esquecer que o destino só quer me ver só,
Eu não sei o que em mim deu,
Eu só sei que estou partindo,
E vou.

Eu ando o inverso,
Pelo avesso,
E talvez esse seja o dia em que fui mais feliz,
Sem olhares, sorrisos, faces que me guiem.
Cansei.

Faço longas cartas para ninguém,
Eu nunca sei o que em mim deu,
Correr assim sem medo de tropeçar,
Se espelhar até sumir...
Eu preciso ir.

Eu quero um sentimento e assim ir,
Preciso sentir a areia em meus pés tocar,
Me perder no abismo que é pensar em sentir,
Enquanto a água lava-me a alma,
Tudo bem se eu sofro um pouco mais,
Vai passar,
Tudo passa.

Eu sei que não é assim,
Mas deixa eu fingir,
Deixa eu fingir que sou assim,
Deixa eu fingir esquecer,
Deixa eu me perder,
Deixa eu ser,
Deixa,

Eu ir.

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