sábado, 26 de abril de 2014

Ser ácida.

Eu gosto de limões. É, eu gosto de limões. O amargo sabor, provindo de um ácido e o estranho prazer que o limão proporciona, assemelha-se com a minha pessoa. E quando a gente se conhece, ou pensa que se conhece, sabemos o trabalho que dá. Eu sou trabalhosa, ácida e amarga, porém, capaz de proporcionar e sentir um prazer estranho nas próprias realizações. Eu preciso de um sumo, um sumo de limão.... O amargo eu já tenho, falta-me as vitaminas que ele proporciona, falta eu ser eu por completo, falta a chamada evolução... Como é que eu, protetora dos pobres e oprimidos posso querer defender algo se nem a mim pode ser tirado certas vitaminas? Falta-me a vitalidade. A cura após a gripe, o repousar de uma alma incansável e relutante. Essa busca vai além eu bem sei, preciso de um contexto, um chão para me reorganizar, não posso viver só do copo o copo me faz ser muito limitada, como se o meu néctar, a minha essência fosse direcionada a uma pessoa só e isso eu não aceito, não sou egoísta a ponto de me doar apenas a um. Necessito ser a jarra, a jarra é compartilhada, a jarra ainda que limitada se expande mais, todos querem um pouco, e assim serei compartilhada aos meus, me dividindo e inteirando-me em cada um, preciso expandir minhas vitaminas. Chegará um ponto onde o meu ácido não será mais prejudicial e sim essencial, precisarei ser colhida e adocicada... E quando esse ponto chegar, eu sei que poderei dizer:

“Sim, eis aqui o sumo que me faltava.”

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