Eu gosto de limões. É, eu gosto de limões. O amargo sabor,
provindo de um ácido e o estranho prazer que o limão proporciona, assemelha-se
com a minha pessoa. E quando a gente se conhece, ou pensa que se conhece, sabemos
o trabalho que dá. Eu sou trabalhosa, ácida e amarga, porém, capaz de
proporcionar e sentir um prazer estranho nas próprias realizações. Eu preciso
de um sumo, um sumo de limão.... O amargo eu já tenho, falta-me as vitaminas
que ele proporciona, falta eu ser eu por completo, falta a chamada evolução...
Como é que eu, protetora dos pobres e oprimidos posso querer defender algo se
nem a mim pode ser tirado certas vitaminas? Falta-me a vitalidade. A cura após
a gripe, o repousar de uma alma incansável e relutante. Essa busca vai além eu
bem sei, preciso de um contexto, um chão para me reorganizar, não posso viver
só do copo o copo me faz ser muito limitada, como se o meu néctar, a minha
essência fosse direcionada a uma pessoa só e isso eu não aceito, não sou egoísta
a ponto de me doar apenas a um. Necessito ser a jarra, a jarra é compartilhada,
a jarra ainda que limitada se expande mais, todos querem um pouco, e assim
serei compartilhada aos meus, me dividindo e inteirando-me em cada um, preciso
expandir minhas vitaminas. Chegará um ponto onde o meu ácido não será mais
prejudicial e sim essencial, precisarei ser colhida e adocicada... E quando esse
ponto chegar, eu sei que poderei dizer:
“Sim, eis aqui o sumo que me faltava.”
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