Me
sinto só, mesmo achando que a solidão é um momento impar e seu. E acho que tudo
que é vivo é baseado em conflitos, uma grande obra seja ela literária ou não..
Pra desenvolver uma teoria, um projeto e um protótipo do que você é e pode ser.
Como estou agora, sentada desenvolvendo teorias do que eu possa ser e do que quero
o que preciso para encontrar meus objetivos. Brincar com seu interior e buscar
saber quem você é talvez seja o que realmente importa, você com você e apenas. Uma
sensação de plenitude e vida não vai superar uma dor transformadora, não que
não importe, mas o sofrimento rende mais e tende a reflexão daqueles que não se
deixam levar ao exterior, e a se curar com o material. E acho que a parte mais
interessante é você ver sua necessidade e tentar se suprir. E não é fácil,
ninguém vive sozinho embora seja só. As pessoas tem que ter autonomia,
desenvolver seu próprio senso crítico e agir de acordo com seus ideais,
vitalícios ou não, porque ninguém é 100% nada, feliz ou triste até porque
chorar o tempo todo é perda de tempo e rir de tudo é desespero. E sim,
existirão os dias em que você quer quebrar copos mesmo e colocar as cartas na
mesa, enquanto existirão dias em que você está tão feliz que quer abraçar o tio
da padaria. E o que eu vejo é que as pessoas têm muito medo de se impor e de
botar a cara na rua para baterem mesmo e falar o que pensa sem medo
de rótulos e olhares. Falta gente sendo o que é de verdade e sendo
isso mesmo. Mas não confunda autonomia com arrogância ou
personalidade com orgulho, porque nego que bota a cara pra bater geralmente tem
mente fechada e afasta tudo que lhe poderia ser benéfico. O foda é isso, saber
o equilibro do que eu sou com o que eu tenho que ser e aprender. Porque pra ser
sincero ninguém vive só o tempo todo, é necessário a convivência até mesmo para
se conhecer em relações. Mas está cada vez mais complicado você se mostrar por
inteiro, sendo assim as pessoas se tornam descartáveis e
insuficientes para suprir certas necessidades intelectuais, tenho enjoo das
pessoas com muita frequência cansei de presenças, pois em cada
esquina se encontra um protótipo e copias, assim não dá. Me sinto só e tenho
medo desse desespero me levar a qualquer um que não vá me colocar para frente,
alguém que me prenda. Lidar comigo não é fácil, não me satisfaço com pouco até
porque já sei o que eu sou e talvez o que mereça, por isso que tô vendo que o
amor ta raro e a importância também. Se eu não escrevo eu explodo por mais que eu
tente ser esse mistério ambulante. Mas eu falo, falo muito o que penso e quando
vejo a merda já está feita e não vou desfaze-la, tem um motivo, eu tenho fé isso é uma parada que me põe para
frente comigo mesma mas não vai me levar a lugar algum se eu não passar para a
prática, a força de vontade tem que ser aliada dos seus projetos. Enfim,
o propósito de tudo isso é que eu estou a procura de algo que me acompanhe,
nada de comprometimento de acordo com as regras impostas de relacionamentos até
porque eu não gosto de nada que me impõem, não existe o “vai fazer” me
explique porque eu tenho que fazer e talvez, se plausível, eu o faça. Só quero
alguém para avaliar e ficar comigo nos momentos de fragilidade humana, alguém
para eu conhecer também e me mostrar outro lado meu, antes que a solidão me
tome um pouco.
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