domingo, 9 de dezembro de 2012

Borboletas


Eu poderia muito bem começar a escrever sobre o que me incomoda como de costume, poderia muito bem começar a despejar em ti o que passa em minha mente pequena.

Mas hoje não.

Hoje decidi ficar quietinha no meu canto, com minhas poesias, minha música meus pensamentos. Hoje decidi ouvir as batidas do meu coração, sentir a passagem da minha respiração. Optei por silenciar minha boca, ouvir meu corpo, ouvir minha mente… Saber o que trago no peito, o que penso, o que sou. Decidir não dizer. Agora sou sentimento, sou o sentir. Eu sei que a gente tem sempre que ta decidindo algo, mas hoje não. Me deixa aqui quietinha com meus pensamentos, me deixa aqui quietinha com meus amores, com meus animais… Me deixa me sentir um pouco, me curtir, ser mais eu e me desligar desse mundo infértil e infame.  Hoje eu não tenho respostas concretas, apenas sou o que penso e descubro o que isso seja. Aqui no meu canto eu vejo melhor cada detalhe da mãe natureza. Um passáro que pousa em minha janela traz consigo uma mensagem, deixa eu descobrir se ela é bela antes de voltar a rotina de sempre, as imposições de um mundo. Deixa eu descobrir por mim mesma o que é justo e o que não é. O vento toca minha alma fazendo me bailar ao seu encanto, as arvores respondem a mesma medida, os passáros cantam seu dessespero. Só hoje. Não vou sentar e contar-lhe as minhas fraquezas, elas não são necessárias e são visiveis. Venho lhe falar das minhas virtudes. Participo da minha propria vida e faço de mim casulo, lagarta imatura que vai se transformar, estado esplendido e não duradouro para os olhos de fora. Mas aqui, aqui dentro eu sou. E não há nada que me faça deixar de ser. Hoje a minha escolha é ter mais eu dentro de mim e não há ninguém que me separe da minha essencia. Pode me deixar aqui nessa cama, nesse sofá, nesse chão, não importa. O que importa é que a única resposta para tudo que me incomoda ninguém poderá me dar. E hoje eu entendo e como entendo!  Tudo passa, diria o grande rei…Os dias de gloria também, aproveito a escalada e o topo, vejo o inicio, o meio e o fim mas nunca deixo de ser o agora. E a única resposta para o meu presente é:  

Eu tenho fé.

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