sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Eles estavam se olhando e ela nada dizia, ele a perguntava coisas comuns e a voz dela tremia.

- Estão brincando com você.

- Eu sei.

- Não se importa?

- Eu gosto.

- Enquanto dura.

- Sim...

- E quando acaba?

- Eu choro.

- Vale a pena tudo isso?

- Eu não sei...

- Me explica.

- Eu achava que sim no inicio, parecia tão certo e eu queria tanto... Mas agora eu não sei mais, pessoas são estranhas e isso me incomoda.

- As pessoas não se decidem não é?

- Sim, existem coisas tão obvias mas a maioria não enxerga...

- Como o que por exemplo?

- Como um relacionamento pode ser simples... Só basta querer, mas ninguem anda querendo.

- Eles tem medo.

- Sim e isso os deixam cegos...

- Vão continuar brincando com você...

- Eu sei.

- E até quando?

- Até eu ir embora.

- E você vai?

- Vou.

- Por que?

- Porque ali não é meu lugar.

- Você anda impaciente....

- Eu não quero perder tempo.

- Com as pessoas?

- Com as suas decisões...

- Você sabe o que quer?

- Sei.

- E o que você quer?

- Não quero sofrer. E não vou, alias, perder tempo nunca foi comigo...

- Então vai lá e não deixa de sorrir.


- Nunca.

Ela andou sem olhar para trás e ele a admirava toda vez que ela passava... Por que? Porque ela simplesmente não se permitiu mais perder tempo com as decisões dos outros, resolveu fazer por si só o que ela realmente queria sem segundos pensamentos e esqueceu o "E se" agora "é ou não é".

E nunca mais ninguem brincou com ela, porque ela de repente não era mais criança.


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